Câmara Técnica da Bacia Drenante às Lagoas Costeiras - Ata da 11ª Reunião


 

Data da reunião: 26/02/2007

Local: CREA-RJ, sala 1008

Início: 10:15h

 

Membros presentes
Adacto Benedicto Ottoni - CREA/RJ
Marcia Lopes C. Rodrigues - CREA/RJ
Vera Lucia Garcia de Oliveira – SMAC
Marco Aurélio Regalo de Oliveira - SMO/Subsecretaria de Águas Municipais
Marco Antonio dos Santos Fernandez - Fórum de Reitores
Friedrich Herms - Fórum de Reitores

 

Membros ausentes
ABES-Rio
SENGE-RJ
CRBio
Plano Estratégico

 

Convidados
Durval Alves Mello Neto – SMO/Subsecretaria de Águas Municipais
Fátima de Freitas Lopes Soares – FEEMA
Anselmo Frederico Neto - FEEMA
Renata Pereira – Empresa Craft, atuando na LRF sob contrato da SMO;


O prof. Adacto iniciou a reunião informando que a pauta da reunião foi acrescida de uma palestra da eng. Vera Lucia sobre o trabalho que foi realizado pela SMAC na LRF e que o tempo para perguntas e comentários seria aberto no final das três apresentações programadas.

 

Foi passada a palavra ao eng. Marco Aurélio para a apresentação da palestra sobre as condições da Lagoa Rodrigo de Freitas e seu entorno encontrada pela Subsecretaria de Águas quando do início de sua gestão, a partir de 23 de janeiro de 2007, em atendimento ao convênio firmado entre o ERJ e o MRJ em 8 de janeiro de 2007.

 

O serviço contempla as atividades de operação das comportas dos canais do Jardim de Alah, da Av. Visconde de Albuquerque e da rua General Garzon, o acompanhamento visual diário das condições da lâmina d´água da lagoa e das saídas de águas pluviais para detecção de chegada de esgotos sanitários à lagoa e também a desobstrução da saída do canal do Jardim de Alah, serviço este que já foi realizado pela SMO, no período do convênio anterior. A empresa Craft foi contratada emergencialmente pela SMO pelo período de 6 meses, sendo mantida a mesma equipe de técnicos e pessoal de apoio utilizada pelo ERJ (SERLA).

 

A qualidade da água está sendo avaliada pela FEEMA, que coleta amostras em dois dias da semana (terças e sextas-feiras). O boletim com os resultados desta avaliação é encaminhado à RIOAGUAS (SMO), onde a bióloga da equipe, após análise destes dados sugere (ou não) a abertura das comportas.

Seguindo a pauta foi passada a palavra para a eng. Vera Lucia, que apresentou o serviço de Plano de Manejo da Lagoa Rodrigo de Freitas, incluindo o Sistema de Monitoramento da Qualidade da Água, elaborado e operado pela SMAC no período de 04/01/2002 a 13/02/2004, quando foi suspenso por ordem do Sr. Prefeito. Apresentou também o Núcleo de Gerenciamento Ambiental, implantado às margens da LRF, e o projeto dos Guardiões da LRF, realizado através de convênio com os pescadores da Capatazia da LRF, responsáveis pela retirada de peixes sem valor comercial (savelhas) nas épocas em que as condições de temperatura e oxigênio dissolvido da água da lagoa se mostravam adversas à manutenção da vida do pescado, e também pela limpeza das áreas da lagoa que surgiam nos períodos em que era reduzido o nível de água da lagoa.

 

O Prof. Marcos (UERJ) informou que iria trazer os dados de um monitoramento feito no rio dos Macacos, onde foram encontrados altos índices de contaminação por esgotos, já no trecho mais próximo à lagoa.

 

O terceiro palestrante foi o professor Friedrich Herms (UERJ) que apresentou sua proposta de monitoramento da qualidade da água da Lagoa e dos rios contribuintes, por sonda multiparamétrica e por coleta manual semanal e trimestral, e também do sedimento; foram incluídas uma estação meteorológica e a implantação de um Centro de Dados. Este projeto prevê a geração de aproximadamente 11.600 análises por ano e utilização de 30 pessoas trabalhando neste Centro Operacional. Já existe liberação de recurso pela FAPERJ para um Workshop sobre monitoramento em tempo real, que deverá ocorrer em abril. Outra linha de estudo é a questão de aporte de água doce por baixo da lagoa, através do lençol freático que está aflorando dentro da lagoa e acelerando o processo de remoção de nutrientes da água intersticial para a coluna d´água.

 

O Prof. Adacto apresenta dois assuntos, antes de abrir para os presentes: a disponibilização dos dados da FEEMA em CD para os interessados, e a participação da OAB na Câmara Técnica, pois seu nome foi retirado desta última composição.

 

Informa que anotou sugestões e questões para cada palestra e sugeriu que as perguntas fossem feitas levando-se em conta cada uma delas, iniciando pela primeira, do eng. Marco Aurélio.

 

Inicia perguntando como é feita hoje em dia a operação das 3 comportas: se permanecem sempre fechadas, isto é, qual a regra de operação das comportas.

 

O eng. Marco informa que é uma questão nova para a RIOÁGUAS, que foram contratadas as mesmas pessoas do contrato da SERLA, e estão ainda se informando sobre a operação destas comportas. Em linhas gerais, as comportas da rua General Garzon e da Av. Visconde de Albuquerque ficam sempre fechadas, só sendo abertas em caso de chuvas, com acompanhamento dos dados do Alerta Rio. A abertura da comporta da General Garzon só é feita meia hora depois de se abrir a Visconde de Albuquerque. O canal do Jardim de Alah é mantido sempre aberto, mas pode ser fechado para manter o nível atual na cota usada pela SERLA (55 a 60 cm) diferente da gestão passada da Prefeitura (45 cm). Isto já é uma revisão dos conceitos da prefeitura.

 

Durval explicou que a opção foi de correr algum risco de alagamento no início de chuvas a ocorrer mortandade de peixes. Uma maior quantidade de água na lagoa também facilita a absorção de alguma carga de esgotos que chegue a ela. São três situações que tem que ser verificadas: qualidade ambiental da lagoa, qualidade da água das praias de Ipanema e Leblon e a questão das inundações.

 

Prof. Marcos Fernandez chamou a atenção para duas coisas: primeiro a cooperação entre os órgãos de meio ambiente, independente da política e a perspectiva da qualidade de água no litoral do Estado do Rio de Janeiro, que vem perdendo qualidade. Falou da viabilização da execução de várias avaliações diferentes por diferentes órgãos (estado, prefeitura e universidades) e a implantação de um grande banco de dados com todos os resultados. Perguntou sobre os dados pretéritos existentes sobre a lagoa e sobre a possibilidade da integração destes dados em um único banco.

 

Profs. Friedrich comentou que existe muita coisa ainda a aprender da lagoa como a entrada de água doce pelo lençol freático e a de água salgada por baixo do cordão de Ipanema. Comentou da perda de dados com a quebra de continuidade dos monitoramentos e da necessidade de reunião dos dados existentes.

 

Devido ao adiantado da hora e pela reserva da sala , o Prof. Adacto propôs o encerramento da reunião, ficando as perguntas restantes e suas sugestões para a gestão da Lagoa para serem apresentadas na próxima reunião, cuja pauta é a apresentação dos resultados dos trabalhos realizados pelos alunos da UERJ, orientados pelos Profs. Friedrich e Marco Fernandez.

 

Foi questionada a possibilidade das reuniões mensais serem feitas sempre nas segundas quartas-feiras de cada mês, até o mês de junho. A partir de julho esta determinação será reavaliada. Entretanto, a reunião de março foi remarcada para o dia 21 (terceira quarta-feira), devendo ocorrer na sala 1008 do CREA/RJ, com início às 10 horas.

 

Agradecendo a presença e participação de todos os presentes, o prof. Adacto encerrou a reunião às 12:50h.