O prefeito Eduardo Paes inaugurou na manhã de hoje, dia 7, o quinto Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) da cidade, na comunidade Parque Alegria,no Caju, com 200 vagas para crianças a partir dos três meses de idade até os 5 anos e 11 meses. Batizada como EDI Parque da Alegria, a unidade faz
parte da primeira etapa das obras de urbanização da comunidade, implantadas pela Secretaria Municipal de Habitação (SMH) através do Programa Pró-Moradia - uma parceria com a Caixa Econômica Federal, beneficiando 6.700 moradores.

A festa de inauguração teve a participação dos alunos da Escola Municipal Mem de Sá, no Rio Comprido, que apresentaram um show de dança ao som de clássicos do rock brasileiro da década de 50 e uma versão para voz e violão da música Samba do Avião, de Tom Jobim. Ao lado dos secretários municipais de Educação, Claudia Costin, e de Habitação, Jorge Bittar, e também de
líderes comunitários locais, o prefeito destacou que ações como o EDI e a urbanização de comunidades são parte do esforço constante da Prefeitura para melhorar a vida da parcela mais carente da população carioca.

- Vamos dar dignidade para essa molecada, a gente está trabalhando pesado para isso, acreditando no futuro da cidade. E não somente com a creche, mas também com essas áreas esportivas, permitindo dar dignidade às pessoas - afirmou Paes.

Após a solenidade, Cláudia Costin explicou que os EDIs representam um novo modelo de Educação Infantil, integrando creche e pré-escola num mesmo espaço, de maneira a incentivar ao máximo a capacidade da criança desde a primeira infância. Desenvolvido em parceria com a Fundação Carlos Chagas e especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), esse novo modelo será aplicado em todas as 423 creches da Rede Municipal de Ensino (entre próprias e conveniadas) já a partir desse ano.

- Nesse novo modelo, o ambiente da creche não é só para cuidar, é para educar. E isso significa entender a criança e estimular seu desenvolvimento - explicou a secretária, destacando que a implantação do EDI Parque da Alegria foi considerada urgente pela Prefeitura, uma vez que a comunidade onde está inserida é de renda muito baixa e com alta incidência de gravidez
na adolescência, entre outros problemas.

Entre as ações de estímulo, cada EDI conta com uma biblioteca/brinquedoteca especializada para a primeira infância, que será renovada a cada dois meses e intensamente trabalhada dentro de sala de aula e no ambiente de biblioteca, para incentivar as crianças a usarem esse tipo de espaço. Além disso, professores e auxiliares de creches serão treinados e orientados a trabalhar temas de matemática e ciências já na Pré-Escola, sempre de maneira lúdica e divertida.

- E isso vai quebrar as desigualdades de origem socioeconômica no desempenho nas primeiras séries do ensino fundamental, porque uma criança pequena que foi exposta a isso tudo, quando chega no nível fundamental, já está pré-alfabetizada, o trabalho de educá-la se torna muito mais fácil - contou a secretária, lembrando que o novo modelo da Prefeitura é o mesmo aplicado em escolas voltadas para as classes média e alta da cidade.

As unidades têm ainda uma sala de saúde, onde a criança será avaliada e tratada constantemente, de acordo com as suas necessidades.

- É muito importante verificar se as crianças estão tendo saúde adequada. Uma criança com anemia forte até os 2 anos tem o aprendizado prejudicado aos 7 anos. E é fundamental monitorar as vacinas, o crescimento físico e as complicações que são naturais na primeira infância - assinalou Cláudia
Costin. 

Segundo dados da Secretaria de Educação, a meta para 2010 é construir mais 19 EDIs em toda a cidade, além de reformar 11 Cieps municipais para implantar esses Espaços de Desenvolvimento Infantil.


PRÓ-MORADIA


O novo EDI, no entanto, é apenas parte de um investimento de R$ 4,7 milhões em obras de infraestrutura e urbanização na localidade, realizadas pela Secretaria Municipal de Habitação (SMH) por meio do Programa Pró-Moradia. Atualmente, estão sendo investidos um total de R$ 350 milhões em mais de 20 comunidades cariocas.

Em Parque Alegria, além daquela unidade da SME e das áreas de lazer – um campo de futebol soçaite e quatro quadras, duas de areia para vôlei e duas poliesportivas -, estão em andamento, no lado antes da linha do trem, melhorias nas redes de água e iluminação pública, redes de esgoto e de drenagem das chuvas, asfaltamento das vias, paisagismo e instalação de mobiliário urbano. De acordo com o secretário de Habitação, Jorge Bittar, a segunda etapa vai atender os moradores desde a linha férrea até a Avenida Brasil.

- As famílias já estão sendo contactadas e cadastradas, e todos serão reassentados - explicou Bittar, lembrando que o mesmo está sendo feito nas comunidades em áreas de risco existentes em outras áreas da cidade, entre elas as localidades Serra do Sol, em Santa Cruz; no Morro dos Cabritos,
acima do Cemitério São João Batista, em Botafogo; Sítio da Amizade, em Jacarepaguá; e Pedacinho do Céu, numa área de proteção ambiental junto ao Morro do Turano, na Tijuca. De acordo com o secretário, a meta é eliminar, até o final do governo, todas as comunidades em áreas de risco da cidade, e
implantar um sistema de monitoramento e controle sobre a expansão da ocupação irregular.

- Mas vamos oferecer moradias populares para as pessoas. Não será um sistema somente de repressão, mas também de oferta de moradias populares, com um grande alcance social - explicou ele.

A oferta será feita através do Programa Minha Casa, Minha Vida no Rio que, segundo Jorge Bittar, tem 60 mil unidades projetadas, com 10 mil já em construção. Já o controle será feito por meio dos Pousos (Postos de Orientação Urbana e Social) e por imagens aéreas elaboradas e analisadas pelo Insituto Municipal Pereira Passos (IPP).
 
Texto: Karine Fonte
Fotos: AF Rodrigues