O Prefeito Marcelo Crivella está em Brasília, reunido com o secretário adjunto do Patrimônio da União, para discutir a cessão do terreno que pertence ao Exército, em Deodoro, para a construção de um autódromo pela Prefeitura. A Prefeitura do Rio estima um impacto econômico de R$ 625,6 milhões (US$ 160,3 milhões) por ano para a cidade, além da geração de cerca de sete mil empregos diretos e indiretos, de acordo com estudos feitos pela empresa de consultoria Crown. A contratação será em regime de Parceria Público-Privada (PPP), na modalidade concorrência, para a concessão administrativa de implantação, manutenção e operação da nova pista. A abertura da licitação, no valor estimado de R$ 697,4 milhões, tem prazo de 35 anos de concessão.

Todo o investimento inicial e gastos com operação e manutenção do Autódromo de Deodoro ficarão a cargo da concessionária vencedora da licitação. O município receberá, ainda, a Outorga Variável Anual correspondente a um percentual da receita líquida do equipamento, além de receitas tributárias anuais estimadas em R$ 39 milhões.

O projeto considera a vocação do Rio em recepcionar grandes eventos nacionais e internacionais. A ideia é que a cidade volte a ter condições de sediar competições esportivas internacionais de Fórmula 1, Fórmula Indy, Moto GP e outras modalidades. Visa ainda alavancar a geração de emprego e renda, especialmente na região de Deodoro, área que hoje apresenta baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

A Prefeitura acredita que a construção de um autódromo de padrão internacional será também uma rara oportunidade de viabilizar importantes projetos de infraestrutura, promovendo uma completa renovação urbanística. Desafios como a melhoria e integração da mobilidade urbana, a recuperação de uma área degradada, o combate a enchentes e a ampliação da rede de saneamento básico são exemplos de políticas públicas que podem ser maximizadas na região e no seu entorno, reduzindo distâncias geográficas e sociais e tornando a cidade mais inclusiva.

Ao longo de 10 anos, o impacto econômico estimado na cidade será em torno de US$ 5,2 bilhões, sendo US$ 2,9 bilhões em exposição de mídia para promoção turística do estado. Além de receitas com os eventos automobilísticos, o incremento do número de turistas gerará gastos anuais estimados em US$ 23,7 milhões em hotéis, além de movimentar setores do comércio, como restaurantes e shoppings, bem como outras atrações turísticas.

O equipamento ficará a aproximadamente 22 quilômetros do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim – Galeão, 33 quilômetros do Aeroporto Santos Dummont e 35 quilômetros da Zona Sul da cidade. Ele será acessível pela Avenida Brasil, pelo BRT Transolímpica, além do acesso ferroviário pela estação de Deodoro.

A região de Deodoro já é um importante hub de integração intermodal, uma vez que é atendida pela Supervia e pelo Sistema BRT Transolímpica, além de linhas regulares de ônibus municipal. O BRT Transbrasil, em fase final de construção, complementará a oferta de transporte público, levando à região o público oriundo da Rodovia Rio-Santos, pelo Terminal Deodoro; da Rodovia Presidente Dutra, pelo Terminal Margaridas; e da Rodovia Washington Luiz, pelo Terminal Missões.

A pista do Autódromo de Deodoro, de 5.835 mil metros de extensão, foi projetada pelo famoso arquiteto alemão Hermann Tilke, responsável pelo novo traçado de Hockenheim (Alemanha) e também pelos circuitos do Texas (EUA), Xangai (China) e Sepang (Malásia), entre outros. O projeto prevê ainda uma arquibancada fixa, com capacidade para 20,5 mil espectadores, além de uma outra temporária, que poderá acomodar até 78 mil nos grandes eventos.