O médico Vinício Elia Soares é servidor municipal desde 1986.

Para falar sobre a saúde do coração, o Portal do Servidor procurou um grande especialista no assunto: o médico Vinício Elia Soares. Chefe da Unidade Coronariana do Hospital Municipal Miguel Couto e Coordenador Executivo da Rede de Cardiologia da Secretaria Municipal de Saúde, o doutor Vinício acumula diversas experiências na Prefeitura do Rio desde 1986. São 27 anos de muita dedicação e empenho, cuidando do coração dos cariocas ao lado de sua equipe.

Segundo ele, o infarto é um problema que deve ser prevenido através de diferentes práticas. "Essa é uma patologia muito comum e que acaba comprometendo as pessoas em momentos produtivos, sendo fatal ou deixando sequelas que as prejudiquem no futuro. Acredito ser fundamental reconhecer o risco, ou seja, evitar o tabagismo, controlar a pressão arterial, cuidar do colesterol, ter atenção à diabetes. Além disso, hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividades físicas, adequadamente orientadas por profissionais dessas áreas, contribuem para prevenir problemas como o infarto".

Vinício conta ainda que, caso aconteça um infarto, as medidas devem acontecer rapidamente. "Quanto mais precoce o atendimento, melhores são os benefícios para o paciente. Por isso, assim que surgirem sintomas como dor no peito, sensação de aperto no coração, é preciso buscar um serviço de emergência. Não raramente também aumenta consideravelmente o suor, além de náusea e vômito. O infarto é a principal causa para uma perda de consciência que, por sua vez, leva o paciente a uma parada cardíaca. Nesse caso, é necessário o uso de desfibrilador externo automático ou mesmo a compressão torácica com as mãos. Na SMS é possível encontrar alguns cursos e treinamentos voltados para os profissionais da área para esse tipo de situação".

Antes de finalizar a entrevista, o doutor Vinício conta que existem diversas experiências marcantes em sua carreira nesta área. Porém, ele destaca dois deles: "No primeiro, o caso era muito grave e infelizmente tivemos uma perda. Porém, a equipe demonstrou tanto empenho na recuperação do paciente que a família fez questão de voltar ao hospital e agradecer a todos. Foi tocante ver o reconhecimento da família com o trabalho de toda a equipe mesmo em um momento tão difícil. O segundo caso foi de um paciente que levou 5 facadas, sendo uma delas no coração. Apesar de ter plano de saúde, a família do paciente optou por seguir no Miguel Couto. Era um caso difícil, que comprimiu o coração, exigiu reparos e suturas significativos. Foram 6 meses de diálise, respirador, marca-passo. Tudo isso sob uma interação multidisciplinar e harmonia incríveis de toda a equipe. A qualidade do serviço público foi reconhecida e isso foi ótimo. O paciente teve alta e a única memória triste deste episódio se deu porque era o dia em que o Brasil foi desclassificado na última Copa do Mundo (risos)".