Organização e talento para preservar a memória dos equipamentos culturais da cidade

12/05/2014 03:00:00


 

Adriana Miranda, gerente do Centro Arquivístico da Cultura, desde 1992 no município

Desde 2002, Adriana Miranda, formada em arquivologia pela UNIRIO, já estava em contato com a cultura da cidade. Primeiro, na Riofilme, por onde começou na área de documentação, cadastrando e organizando todo o material de divulgação da empresa.
Mas só em 2011 teve a oportunidade de mostrar que, com uma reorganização paciente e bem feita, é possível transformar um depósito de documentos confuso em um espaço para se preservar a memória cultural da cidade. Foi quando recebeu o convite para assumir o Centro Arquivístico da Cultura.
 
Além de avaliar e organizar toda a documentação acumulada, difícil de ser achada na época, após ter descartado mais de 25 mil processos, Adriana sente o maior orgulho do que realiza e já realizou até agora. Principalmente de um trabalho que é a sua menina dos olhos: a pesquisa histórica "Resgatando a memória institucional da Cultura".
 
Depósito de documentação produzida diariamente pela Cultura e organizada pelo Centro Arquivístico

"Com o Centro organizado, percebemos que com a documentação existente, podíamos contar a história dos equipamentos culturais da cidade que pertencem à Secretaria de Cultura", conta Adriana, acrescentando: "conseguimos levantar até agora a memória de 40 equipamentos municipais, entre bibliotecas, teatros, centros culturais, museus, Lonas e Arenas Culturais." O Parque das Ruínas, Teatro Carlos Gomes, Casa Laurinda Santos Lobo, Casas Casadas, Imperator e o Teatro Ipanema, revitalizado pela prefeitura, são alguns exemplos.
 
Essa pesquisa está hoje compilada em um importante documento encadernado, que aguarda publicação. "Por enquanto só está disponível na prefeitura. E serve principalmente como ferramenta para nossos gestores, já que conta trajetórias centenárias da história de cada equipamento. Mas também pode ser consultada por estudantes e jornalistas em busca desse tipo de informação."
 
Segundo Adriana, toda a memória desses equipamentos foi levantada com base em documentos, relatórios, certidões, legislações municipais, plantas e até pesquisa oral com servidores mais antigos.
 
Parque das Ruínas: muita história para contar
 
Teatro Carlos Gomes
 
Imperator
 
Teatro Ipanema

A história do Parque das Ruínas com seus saraus, antes frequentado até por senadores na época da proprietária Laurinda Santos Lobo, é uma das pesquisas mais curiosas para a arquivista. "É muito bom ter essa informação sistematizada para oferecer aos servidores e cidadãos. Em um espaço organizado, a gente tem uma resposta rápida", diz Adriana que, com a sua equipe de 3 funcionários e uma estagiária de História, já vem colhendo informações para preservar a memória também do MAR - Museu de Arte do Rio.
 
Adriana faz questão de ressaltar: "sem a colaboração e a experiência técnica do Arquivo da Cidade, seria impossível chegar a esse documento histórico", conclui satisfeita.

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