“Prevenção é saúde”

03/08/2015 03:00:00


 

Márcia Zattar é Gerente do
Programa de Hepatites Virais da SMS.

 

O Portal do Servidor pegou carona no Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, celebrado no último dia 28 (terça-feira), para destacar o tema na coluna Mais Saúde deste mês. Para isso, fomos até a Secretaria Municipal de Saúde conversar com a Márcia Zattar, Gerente do Programa de Hepatites Virais. Servidora municipal há 17 anos, Márcia deu algumas dicas importantes. "É importante que os alicates de unha sejam de uso pessoal, assim como não compartilhar material de higiene pessoal, além de estar com a vacinação para hepatite B em dia e, claro, utilizar preservativos."

 

Para quem não sabe, a Hepatite é uma inflamação do fígado capaz de resultar desde uma simples alteração laboratorial descoberta por vezes ao acaso, na realização de exames de rotina, até a uma doença clinicamente ativa, podendo ser fulminante e fatal, mais frequentemente nas formas agudas. "Existem várias causas de hepatite, sendo as mais conhecidas as de etiologia viral, sobretudo os vírus das hepatites A, B e C. Existem ainda os vírus das hepatites D e E, sendo este último mais frequente na Ásia e África. O contágio das Hepatites B e C se dá por relações sexuais, compartilhamento de material contaminado com os vírus. Já a Hepatite A, por alimentos e água contaminada", aponta Márcia.

 

Em relação aos sintomas, de uma forma geral, todas as hepatites têm algum grau de destruição das células hepáticas, segundo Márcia. "A grande maioria das hepatites agudas são sem sintomas ou com sintomas pouco específicos, como febre, mal estar, desânimo e dores musculares, passando muitas vezes despercebidas. Hepatites mais severas podem levar a sintomas mais específicos, sendo o sinal mais chamativo a icterícia, conhecida popularmente no Brasil por "trisa" ou "amarelão" e que se caracteriza pela coloração amarelo-dourada da pele e dos olhos. Além da icterícia, pode ocorrer urina cor de coca-cola (colúria) e fezes claras, tipo massa de vidraceiro (acolia fecal). Hepatites mais graves podem cursar com insuficiência hepática e culminar com a encefalopatia hepática e óbito. As hepatites crônicas (com duração superior a seis meses), geralmente são assintomáticas e podem progredir para cirrose e hepatocarcinoma."

 

E quem está mais propenso a ter esse tipo de doença? Márcia explica: "todos os pacientes com história ou com fatores de risco ainda presentes devem investigar a presença de hepatites, principalmente as hepatites B e C. Os fatores de risco mais importantes são: profissionais da área de saúde, pessoas que fazem sexo sem preservativo, usuários de drogas, HSH, profissionais do sexo ou pacientes com história de transfusão sanguínea ou de derivados do sangue (plasma, albumina, concentrado de plaquetas). Algumas hepatites virais, como as hepatites A e B, podem ser prevenidas pela administração de vacinas. Os pacientes portadores de doenças no fígado ou com fatores de risco para alguma dessas doenças devem ser vacinados".

 

Para finalizar, Márcia, que se diz muito motiva em poder impactar a saúde da população através do seu trabalho, resume bem a melhor forma de cuidado para todos: "prevenção é saúde!".