A sociedade geme.
Juventude fria, juventude carente.

Somos tão jovens, somos tão caçulas,
tão novos, tão desviados.
Cada vez desistindo mais das lutas.
Temos a malandragem mais ingênua que já se viu

Ele era forte?

Mentiu.
A malandragem dele era se mutilar escondido na madrugada,
era injetar drogas como se os pais não soubessem de nada.

E eles não sabiam? É claro que sabiam.
Mas eram tão jovens, como nós,
que quando se viam a sós,
injetavam drogas também.
Mas injetavam na alma.

Tudo só para nós, jovens, não percebermos
que a depressão deles é serem manipulados todos os dias pela TV,
que padroniza a beleza e te impõe um modelo de felicidade.

Tudo não passa de caô.
As novelas são as mesmas, só trocam de emissora e ator.

Juventude movida a fama.
Juventude em que o mais brabo
é quem menos sente, menos demonstra, menos ama.

Juventude do século XXI, que deixa tudo pra depois.
Juventude que ainda não sabe que um mais um é dois.
Juventude que troca carícias através de sarradas.
Juventude totalmente manipulada.

Juventude que a moda é mandar foto do mamilo.
Menina, mande foto do seu sorriso.
Menino, mande coração vermelho, sim.
Abracem essa causa.

Juventude,
Mandem nude de suas despidas almas.
 

Nathália Amorim
Ex- aluna da Rede Pública Municipal de Ensino do
Rio de Janeiro - E.M. Coelho Neto (2017)

Nathália Amorim

Nathália Amorim Lúcio é moradora de Anchieta, filha de Marcos Vinícius e Christiane Lúcia, sempre gostou de escrever, porém nunca pensou que "o que escrevia era poesia"! Em 2016, ao se transferir para o Ginásio Carioca Coelho Neto, conheceu o projeto " Poesia Falada nas Escolas" nas aulas eletivas ministradas pelos professores Jair Augusto e Andrea Moraes. Nathália deixou a timidez de lado e se aventurou a recitar suas próprias poesias e, a partir daí, não parou mais! Atualmente a poetisa estuda no 1º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Aydano de Almeida.