Secretaria Municipal de Cultura - SMC
Reabertura do Espaço Cultural Sérgio Porto - 1º ato

02/06/2021 14:55:00


Secretaria Municipal de Cultura promove encontro com representantes  do setor teatral no equipamento que volta a funcionar dia 12 de junho, com área externa

 

 

Às vésperas de reabrir o Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, no Humaitá, o secretário municipal de Cultura Marcus Faustini fez uma visita ao local na noite de quarta-feira (26) na companhia de representantes do setor teatral carioca. "O primeiro ato", como define o secretário, que anunciou medidas de apoio à cultura e às artes e ouviu propostas de ocupação para o espaço, que volta a funcionar dia 12 de junho.

 

"Herdamos a secretaria num momento bem difícil, mas decidimos assumir esta precariedade como um valor, de reinício. Aqui no Sérgio Porto, por exemplo, havia um ‘gato', e a Light chegou a cortar a luz", disse Faustini. 

 

O Sérgio Porto passou por reformas de cabine (cheia de cupim), troca de madeira e abertura da parte externa dos fundos (do mural grafitado), que recebeu um grafite e deve se tornar um point para eventos abertos como feiras e saraus.

 

"O equipamento cultural tem que se envolver com seu entorno, se comunicar, por isso queremos derrubar alguns muros, promover feiras e eventos de gastronomia, fazer com que os moradores se sintam parte. Nossa equipe está mapeando um raio de 2km no entorno de cada centro cultural da prefeitura em busca de criar um diálogo com grupos de amigos."

 

 

‘O que seria uma política radical de artes no Sérgio Porto?'

O ator Bruce Gomlevsky falou da dificuldade de manter um grupo ensaiando por meses "sem perspectiva" e sugeriu uma ajuda financeira para assegurar a continuidade do trabalho, além de uma parceria com a Secretaria de Educação, visando a formação de plateia. "Há colegas nossos passando fome, impossível continuar como teatro experimental sem auxílio." 
 
O ator e produtor Rodrigo Penna sugeriu pedir ajuda à iniciativa privada e reclamou das condições para o público, citando mobilidade urbana, segurança e falta de canais de divulgação. "Cidade partida em todos os sentidos."
 
Para a atriz Inez Viana, o Sérgio Porto poderia ser ocupado por grupos, cada companhia por três meses por exemplo, fazendo uma "ponte" com outras regiões. "Tudo que o artista quer é ter um espaço para criar."
 
O ator Jefferson Miranda discordou, opinando: "não é apenas uma questão de espaço para as companhias, mas começar do zero. Estamos destruídos, só conseguiremos fazer se contar com a ajuda do entorno. No Rio a gente precisa criar a necessidade e urgência de o público querer nos ver atuando."
 
 
Poeta e fundador do CEP 20.000 - fixado no Espaço Cultural Sérgio Porto -, Chacal comentou uma ideia antiga defendida por ele: um "hospital de campanha da cultura" e sugeriu uma feira de livros e gastronomia ali. "Acho importante voltar a colocar a cara na rua, de máscara."
 
A crítica Daniele Avila Small lembrou da experiência no teatro Glaucio Gill e levantou a hipótese de ocupar o Sérgio Porto com artistas de bairro. O que provocou a memória afetiva do dramaturgo Luiz Felipe Reis: "minha relação com o teatro nasceu no momento em que conheci este espaço, um refúgio de possíveis propostas interligadas".
 
Fechando a rodada de conversa, a atriz Débora Lamm pediu para que, independente do destino, a característica plural e diversa do espaço se mantenha. "Não existem tantos espaços assim, com liberdade para criar, mudar e recriar."