09/06/2021 13:38:00
Equipamento da Secretaria municipal de Cultura volta a funcionar dia 12 de junho, reunindo artistas como Chacal, Rodrigo Penna e Bruce Gomlevsky cantando músicas de amor
Um dos equipamentos de cultura mais relevantes para a arte carioca, o Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, no Humaitá, será reaberto no sábado, 12 de junho (Dia dos Namorados), com uma feirinha reunindo artesãos e brecholeiros de toda a cidade na parte externa, que foi totalmente revitalizada. A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria municipal de Cultural, promove a retomada do equipamento com foco em atrações ao ar livre e uma gestão colaborativa, em acordo com a nova proposta dos espaços culturais da cidade que vêm sendo reabertos. Gastronomia, moda, sarau, acessórios e música integram a programação.
"Nesta fase de reabertura, é importante que os espaços contribuam de maneira segura com opções artísticas, de lazer e entretenimento para a população priorizando as áreas externas, para além de espetáculos", ressalta o gerente de teatros municipais, Douglas Resende. "Estamos, desta forma, expandindo as possibilidades de interação do público com o equipamento cultural."
Das 9h às 15h, artesãos e brecholeiras - há tempos sem oportunidade de trabalho - estarão a postos para a estreia da Feirinha do Sérgio Porto, além da Gastromotiva (gastronomia social) e o Acarajé da Catia, entre outros.
"Com o retorno das feirinhas de artesanato, vejo a possibilidade de agregar novos públicos para minha marca. Nunca expus no Humaitá", conta a artesã Raquel Soares, do Engenho de Dentro, zona Norte do Rio. Desde 2015, ela cria acessórios exclusivos para bonecas.
O mesmo acontece com o projeto Encontro de Brecholeiras, sediado na Cufa em Madureira, que reforçou o estoque para a estreia na zona Sul. "Somos 90% de mulheres trabalhando de forma sustentável vendendo peças usadas, e nunca tivemos a oportunidade de expor nesta região da cidade, de onde vêm muitos comprar com a gente em Madureira", diz Michelle Rey, que está sem conseguir trabalhar presencialmente desde o início da pandemia.
Alimentação sustentável e inclusiva em um mundo plurilateral é uma das bandeiras da Gastromotiva, movimento de gastronomia social criado pelo chef suíço David Hertz, que recebeu a Ordem do Mérito Cultural Carioca este ano.
"Em meio a um cenário desafiador é fundamental unirmos forças em prol de iniciativas de fomento ao microempreendedor local e informal. Um evento como este fomenta a economia criativa, solidária e circular. Abre novos caminhos de parcerias com a Secretaria de Cultura", observa Hertz.
Há quase 15 anos, a baiana Catia Nascimento, de São Cristóvão, se veste a caráter para vender acarajé na Praia Vermelha. Na pandemia, o jeito foi investir no delivery. "Fiquei sem vender nada por dois meses. Foi muito difícil."
Sarau com Chacal e músicas de amor
Artistas que fizeram história no Sérgio Porto também marcam presença; dos confirmados, o poeta Chacal com o icônico CEP 20.000 (10h); o ator Bruce Gomlevsky - eternizado como Renato Russo no teatro - cantando músicas de amor (11h) e o ator, produtor e DJ Rodrigo Penna (Bailinho; 12h).
"Acho importante voltar a colocar a cara na rua, de máscara", comemora Chacal, poeta e fundador do CEP 20.000 - fixado no Sérgio Porto em 1990 (junto com o escritor e produtor Guilherme Zarvos). "O Rio precisa de um hospital de campanha da cultura, com feiras assim. Com responsabilidade não tem erro."
A entrada será gratuita, mas restrita a até 40% da capacidade (40 pessoas ao mesmo tempo). Haverá álcool em gel, controle de entrada e saída de visitantes, medição de temperatura na porta e demais medidas protocolares, como distanciamento e a obrigação do uso de máscaras.