Secretaria Municipal de Cultura - SMC
Foca no Território: última chamada para explicar o edital que vai disponibilizar R$ 20 milhões

14/09/2021 12:31:00


 

Programa de fomento da Secretaria Municipal de Cultura  vai financiar mais de 300 projetos por toda a cidade. Inscrições até 22/9

 

Foca no Território (‘Focão' em Bangu): última chamada para oficina de escrita do projeto de R$ 20 milhões

 

Programa de fomento da Secretaria Municipal de Cultura vai financiar mais de 300 projetos por toda a cidade. Inscrições até 22/9

 

Ao menos mil pessoas (entre artistas e produtores) participaram das oficinas para escrita do projeto para o Foca - Fomento à Cultura Carioca, que vai disponibilizar R$ 20 milhões a mais de 300 propostas por toda a cidade. A última chamada será neste sábado (18), em Bangu, onde uma equipe da Secretaria Municipal de Cultura estará a postos para auxiliar, motivar e qualificar os proponentes no processo de escrita do projeto, incentivando e auxiliando. Batizado de "Focão", o encontro saideira será no Bangu Atlético Clube (Sede Social: Av. Cônego de Vasconcelos 549), às 10h. Para participar, basta se inscrever no link bit.ly/focabangu

 

O edital do Foca tem duas linhas de ação, uma delas para descentralizar/democratizar o acesso por territórios O aporte será liberado até dezembro. Inscrições até 22/9, no site bit.ly/editalfoca.

 

Na primeira linha de incentivo, o objetivo é selecionar e apoiar financeiramente 184 propostas em 12 categorias: teatro, circo, artes visuais, arte antirracista, produções LGBTI+, artes urbana e pública, cultura popular, música, literatura, infância, dança e pesquisa & inovação. Podem participar pessoas jurídicas (com ou sem fins lucrativos), Microempreendedores Individuais (MEIs) e pessoas físicas - neste caso exclusivo para a categoria pesquisa & inovação. Os contemplados poderão ser apoiados com, no mínimo, R$ 25 mil e, no máximo, R$ 200 mil, cada. 

 

A segunda linha fomentará as relações entre cultura e território, potencializando a cena artística em regiões populares da cidade. Serão distribuídos R$ 4 milhões a 120 projetos, em duas categorias: favelas da Zona Sul e do Centro (APs 1 e 2 ) e localidades da Zonas Norte e Oeste (APs 3, 4 e 5). Podem participar pessoas físicas ou jurídicas, incluindo MEIs, com residência e atuação cultural nestes territórios há pelo menos um ano. O valor para cada proposta selecionada vai variar entre R$ 25 mil e R$ 50 mil. 

 

O edital terá uma comissão de seleção composta por 60 especialistas. A previsão de repasse do recurso é até dezembro de 2021. Os contemplados terão até um ano para executar e apresentar o projeto. 

 

Até 2024, ao menos a metade do orçamento municipal da cultura será destinado a artistas do subúrbio e das favelas. O anúncio foi feito pela Secretaria Municipal de Cultura, durante oficina na Rocinha, zona Sul do Rio.

 

 

Prefeitura volta a investir em fomento cultural

Após quatro anos de estagnação, a cultura carioca voltou a ter investimento. Nos últimos seis meses, além do Foca, com incentivo de R$ 20 milhões, a SMC publicou o edital da lei do ISS (R$ 54 milhões) e outro para apoio a projetos ligados ao carnaval (R$ 3 milhões). Também foi lançado o programa Aprendiz Cultural, que incentiva a formação de jovens na cultura por meio de bolsas. Foram publicados editais de gestão das lonas culturais, das areninhas e da Arena Jovelina Pérola Negra. A SMC publicou ainda edital de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos culturais.

 

O que os cariocas querem saber do Foca

Qual é a contrapartida? E a prestação de contas? Pode assinatura digital? Quantos projetos por proponente? Estas são algumas das questões mais levantadas pelos interessados no edital, assim como itens como a pré-produção. Para um projeto de dança, por exemplo, pode-se incluir no orçamento a residência artística em parceria com equipamentos culturais. 
 
"A gente cansou de ver projetos de dança estrear aqui com pessoas que não eram da Rocinha. Queremos ser protagonistas de todo o processo, desde a elaboração até a execução, e não somente ficar na plateia. Nossa cultura é que tem que se fazer conhecida", comentou Ana Lúcia Silva, coordenadora do ponto de cultura Cia Livre de Dança, na Rocinha.
 
O produtor e coreógrafo Marcos Bandeira, do Grupo Origens, de Santa Teresa, saiu com o projeto rascunhado.
 
"Tinha dúvidas quanto às linhas do edital, em qual me encaixar, mas agora ficou mais claro. Cheguei sem a menor noção de como realizar e saí com um projeto na cabeça", contou.
 
"Muito importante ter este pessoal aqui em Santa Cruz para ajudar quem já faz cultura a entender de edital e tocar seus próprios projetos", ressaltou Carla Cristinne, do Ser Cidadão.
 
"Vem no momento muito necessário, sobretudo porque o setor cultural foi um dos mais castigados na pandemia", disse João Luís Pereira, produtor e articulador territorial de Sepetiba, membro da União Coletiva Pela Zona Oeste (@uczonaoeste). "Em especial os moradores do subúrbio têm mais dificuldade de acessar o poder público."
 
Projetos coletivos têm mais chance, uma vez que empregam mais gente. "Eu tinha uma outra visão de reunião com jovens, com encontros assim eu percebo mais portas se abrindo. Mais visibilidade", ressaltou a produtora Tatiana Enes, do Instituto Agrega, onde ela coordena um projeto de cover de comunidade.
 
O mais interessante, para Keila Gomes, que é professora, percussionista, brincante de coco de roda e coordenadora do Baque Mulher ZO (@baquemulherzo), é que o Foca vai descentralizar os recursos. 
 
"Aqui na zona Oeste, a gente faz cultura no peito e na raça, porque a maioria nunca teve a oportunidade nem de entrar num edital", destacou Keila, moradora de Paciência. "Sabendo o que preencher em cada campo fica mais fácil. A gente perde o medo, oficinas assim nunca chegaram aqui."
 
Quem concorda é Taisa Machado, idealizadora do projeto Afrofunk Rio, da Tijuca. "Foi ótimo ver o esforço para retomar as atividades no universo cultural por meio de edital. Oferecer mais oportunidades independentemente do CEP", concluiu.