Estamos no ano do Centenário de nascimento de um dos mais expressivos pensadores da educação, o brasileiro e pernambucano Paulo Reglus Neves Freire.

 

Sua trajetória foi marcada pela defesa da educação como fonte de libertação, construída a partir da prática reflexiva, crítica, contextualizada, alicerçada na problematização, na investigação e permeada de princípios humanizados.

 

Para Freire, a cultura do silêncio, do anti-diálogo, divide, submete e domina os seres humanos. Propõe, em contrapartida, o direito à palavra, exercitada através da escuta e da fala, a partir de relações dialógicas capazes de agregar e resistir aos métodos silenciadores. Desnuda a educação como ato político, pois que está impregnada de interesses de classe, sendo incompatível com a visão neutra dos conteúdos que veicula. Sua crítica está voltada para o que denomina "educação bancária", construída sob uma pedagogia alienante que aniquila a criatividade do educando, reduzindo-o ao papel de mero receptáculo.

 

Sua obra sanciona a crença nos seres humanos, fortalece a humildade, a amorosidade, a espera em movimento e nos dá pistas da grandiosidade de nosso fazer: "Não é, porém, a esperança um cruzar de braços e esperar. Movo-me na esperança enquanto luto e se luto com esperança, espero". (FREIRE, 1981, p. 97)

 

 

Paulo Freire foi um professor rigoroso, no sentido da atenção e do cuidado com a sua prática. Enfatizou a responsabilidade ética e política do profissional que ensina e a necessidade do comprometimento com a própria formação.

 

Sua história foi marcada pela alfabetização bem sucedida em Angicos, pela circundante preocupação com suas ideias, pela prisão e exílio, pelas obras reconhecidas e respeitadas internacionalmente, pelos muitos títulos recebidos e pela polêmica sempre presente acerca de seu pensamento.

 

Foram muitas as contribuições do educador Paulo Freire para a educação! Legado atemporal que responde, às demandas da atualidade, fornecendo a base para pensarmos a educação de qualidade que tanto desejamos.