Secretaria Municipal de Cultura - SMC
Processo de escuta marcará construção do Museu da Escravidão e da Liberdade

27/06/2017 15:17:00


 
Um debate que percorre todos os aspectos da matriz africana no país e na cidade do Rio de Janeiro, num processo de escuta que visa dar voz às camadas da sociedade jamais escutadas. Ao falar da construção do Museu da Escravidão e da Liberdade (nome provisório), durante o Seminário Mauá 360 - Cais do Valongo, realizado no Museu do Amanhã, a secretária Municipal de Cultura, Nilcemar Nogueira, reforçou todos os conceitos que guiam a iniciativa. E saudou o fato do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo está próximo de ser considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
 
A secretária manteve encontro, durante o evento, com os curadores do Museu Nacional da História e Cultura Afro Americana, sediado em Washington (EUA), Paul Gardulho e William S. Pretzer. A instituição colaborará para a construção do museu brasileiro.
 
– Estamos aqui reunidos para uma extensa programação sobre temas que são comuns a dois grandes museus da Prefeitura do Rio, tamanha é a sua importância – o Museu do Amanhã, e o Museu da Escravidão e da Liberdade. Em especial, trataremos da história e do legado da escravidão no Rio de Janeiro e no Brasil, bem como do legado e contribuição da cultura de matriz africana para a cultura e sociedade brasileira – disse Nilcemar.
 
A secretária destacou o papel do Museu do Amanhã como ambiente de temas relevantes, que refletem sobre o presente e a memória social do contexto em que está inserido, a região portuária.
 
– A diversidade cultural é a diretriz primeira da atual gestão da Secretaria Municipal de Cultura, focada em ações para promover a expressão de identidades, estimular a integração social, combater preconceitos de raça, de religião, de orientação sexual e de gênero e contribuir para a cultura da paz e da tolerância – acentuou.
 
Os equipamentos culturais, segundo ela, têm o potencial de atuar na perspectiva do resgate da memória e da preservação do Patrimônio da cidade, um dos principais eixos estratégicos da secretaria. 
 
– Museus e histórias contestadas: dizendo o indizível em museus" é o tema de trabalho do Conselho Internacional de Museus (ICOM) para 2017. Esta escolha, em momento de profundas divisões a nível mundial, não é aleatória. É preciso apurar e confrontar traumas históricos para não repetirmos horrores do passado. A única forma de fazê-lo é nomear, reconhecer e debater legados difíceis com coragem, promover sua ressignificação e visionar um futuro coletivo sob a ótica da reconciliação.
 
Nilcemar destacou que, neste contexto, a construção um museu dedicado à história e legado da escravidão no Rio de Janeiro demanda reflexões e atenção para que o tema, que ainda suas marcas expostas nos dias atuais, não seja banalizado.
 
– Este museu quer também celebrar a cultura afro-brasileira, em sua riqueza, diversidade e matizes. Ciente de tais responsabilidades, desejamos pautar esta iniciativa em uma relação dialógica e transparente com a sociedade.

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