Museu da Escravidão e da Liberdade recebe proposta de parceria durante seminário da Unirio
15/05/2018 17:48:00
O Museu da Escravidão e da Liberdade (MEL) recebeu mais de 300 pessoas para o primeiro dia do III Seminário Internacional em Memória Social, na Gamboa, nesta terça-feira. Durante o evento, Leonardo de Castro, decano do Centro de Ciências Humanas e Sociais/CCH da Unirio, sinalizou interesse em fechar parcerias com o espaço para futuros eventos e cursos.
"Esse tipo de imóvel tem grande potencial para receber eventos e cursos, e a universidade carece de lugares assim", afirmou Leonardo sobre o prédio do Centro Cultural José Bonifácio, onde funciona a sede administrativa do MEL.
O seminário foi aberto pela Secretária Municipal de Cultura do Rio Nilcemar Nogueira, que apresentou a proposta do espaço e destacou a importância de dar voz ao passado. "É urgente a necessidade de trabalhar essas memórias subterrâneas no país", convocou.
Nilcemar lembrou ainda das conquistas do movimento negro, passando pelo Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, declarado Patrimônio Mundial da Unesco, e ressaltou a importância desses espaços para compor o Museu da Escravidão e da Liberdade, que está sendo estruturado fora dos moldes tradicionais.
"É um museu de pertencimento para que conheçamos o passado, pensemos no presente e modifiquemos o futuro. A ideia é que o MEL não seja centrado em objetos, mas sim em capacitar e apoiar os eternamente oprimidos", disse.
Ricardo Silva Cardoso, vice-reitor da Unirio, comemorou a realização do evento no MEL e defendeu que a necessidade da multidisciplinaridade – um dos pilares da pós-graduação em Memória Social - para transformação de um país. "O curso traz as pessoas para dentro da universidade e destaca o melhor delas. É bom estar em um lugar ligado aos nossos ancestrais", afirmou o vice-reitor.
A coordenadora do evento e turismóloga Maria Amália Oliveira aproveitou a afirmação para comemorar a escolha do local e evocar o tema do seminário ‘Memória e turismo: roteiros, trajetórias, discursos e subjetividades em construção'. "O turismo comunica através de suas narrativas e memórias. Queremos preservar o que aconteceu e passar essa história para as gerações futuras. Pode ser uma ferramenta de paz e resistência".
O seminário continua até o dia 18 de maio. Mais informações sobre a programação no site http://seminariosmemoriasocial.pro.br/